A sensação de “choque” ao bater o cotovelo é um fenômeno conhecido por grande parte da população e tem origem diretamente ligada à anatomia da região. O nervo ulnar, responsável por parte da sensibilidade do antebraço e da mão, percorre uma área estreita na face interna do cotovelo chamada sulco do nervo ulnar. Por estar menos protegido por músculos e tecidos moles, esse ponto se torna particularmente vulnerável a impactos e pressões, o que explica a reação imediata sentida ao encostar o cotovelo em superfícies rígidas.
Quando o nervo ulnar é comprimido, ocorre a transmissão de impulsos elétricos que se espalham rapidamente pelo antebraço e pelos dedos anelar e mínimo. Essa propagação gera a sensação característica de choque ou formigamento, que costuma durar apenas alguns segundos. Embora o episódio seja desconfortável, na maioria das vezes ele não representa um problema estrutural grave, mas sim uma resposta natural da estrutura neural a um estímulo brusco.
Entretanto, quando a sensação de dormência, dor ou formigamento passa a ser frequente, é importante investigar possíveis processos de compressão do nervo ulnar, que podem evoluir gradualmente. Entre os sinais de atenção estão perda de força na mão, dificuldade para segurar objetos e sensação contínua de sensibilidade alterada. Esses quadros podem estar associados a condições que exigem abordagem clínica para evitar o agravamento e preservar o bom funcionamento do membro superior.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo reforça que a avaliação médica é fundamental para identificar a origem do incômodo e definir o tratamento mais adequado. Uma consulta com um médico ortopedista associado à SBCOC permite compreender a extensão da compressão do nervo, orientar medidas de cuidado e indicar, sempre que necessário, intervenções que ajudem a manter a mobilidade, a força e a qualidade de vida do paciente.