A lesão de Bankart é uma das causas mais comuns de instabilidade no ombro, especialmente em pacientes que já sofreram um episódio de luxação anterior. A condição ocorre quando o labrum glenoidal, estrutura fibrocartilaginosa responsável por ajudar a manter a estabilidade da articulação, se desprende da borda da glenoide após um trauma, comprometendo o encaixe normal entre o úmero e a escápula.

Com a perda dessa estrutura de sustentação, o ombro se torna mais suscetível a novos episódios de deslocamento, o que pode comprometer o desempenho em atividades físicas e até tarefas cotidianas. Além da instabilidade, o paciente pode apresentar dor, fraqueza e sensação de que o ombro “sai do lugar” em determinados movimentos.

O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico e confirmado por métodos de imagem, como a ressonância magnética, que permite visualizar a extensão da lesão e identificar possíveis danos associados, como a lesão de Hill Sachs, desgaste ósseo comum em casos recorrentes de luxação. O tratamento varia de acordo com o grau de instabilidade e o perfil do paciente, podendo incluir fisioterapia para fortalecimento muscular ou reparo cirúrgico artroscópico para reestabelecer a estabilidade articular.

A cirurgia artroscópica é frequentemente indicada em casos de instabilidade recorrente, principalmente em pacientes jovens e ativos. O procedimento é minimamente invasivo e permite o reancoramento do labrum, proporcionando maior segurança e retorno às atividades. A reabilitação, conduzida por ortopedistas, é essencial para garantir resultados duradouros e prevenir novas lesões.

A SBCOC reforça a importância do acompanhamento com um cirurgião de ombro e cotovelo, que poderá avaliar a gravidade da lesão e indicar o tratamento mais adequado para cada caso. Cuidar da saúde articular é essencial para manter o movimento, a funcionalidade e a qualidade de vida.